A história que ainda não li
Porque a vida estivesse pálida, porque a vida estivesse boa porém tristonha e levemente resfriada, entrou em um Café e pediu um espresso.
Ao que o atendente retrucou específico:
- Curto?
- Longo.
- Açucar?
- Amargo.
- Com creme?
- Não...mas pode botar um pouco de mitologia.
Silêncio.
- Fica mais interessante.
Pegou o Metrô. Alfândega, Senhor dos Passos, Buenos Aires. Fim de tarde. Entrou. Escolheu a mesa perto do balcão. Água fresca gasosa, café forte misturado ao sabor do cardomono.
Cremoso é o sonho. No fundo do copo, o oráculo.
- Quer mais?
- Depois. Agora, lê pra mim...
- Um poema?
- Não. A minha vida desenhada na louça.
- A borra?
- É. Um destino. O que me espera.
- Não sei se posso, é coisa séria.
- Lê,inventa, adivinha.
...porque a vida estivesse trêmula e distante no entanto sempre faminta, um tanto quanto tensa, mas de olhos brilhantes
...era deste modo, como a cumprir um destino desprovido de culpas, e sem lamentações, que se entenderam
...enquanto anoitecia uma noite clara,
porque a vida afinal de contas não passava de uma história inventada de verdade com o gosto aromático e muito pessoal do café.
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5 comentários:
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Humm... se em todo cafézinho que eu tomasse,soubesse um pouquinho do futuro.
Belo post! obrigada pela visita.
um beijo
escrita com ritmo leveza e profundidade poética...no fundo da xícara um sorriso maroto, mais um ?
abraços
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